quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Maíra Rabassa: "Sempre tive o perfil de não desistir na primeira queda"

Ela nasceu em Criciúma, cresceu em Porto Alegre a atualmente mora em Içara, no sul catarinense. Bonita, descolada e bem articulada, Maíra Rabassa (@mairarabassa) trabalha como jornalista em meios escritos há quase 15 anos, acumulando também experiência no rádio e como assessora de imprensa e colunista. Em seu blog, esta torcedora do Tricolor dos Pampas e do Tigre da sua cidade natal dá dicas sobre moda e beleza, difunde notícias atuais e faz entrevistas ousadas e por vezes polêmicas. Aqui, ela fala sobre como é trabalhar como jornalista no sul do seu estado e sobre a questão da necessidade do diploma na área; também conta como enfrentou a síndrome do pânico e do seu desejo de algum dia morar na África. 

BLOG. Você tem bastante experiência em jornal e também já trabalhou em rádio. Como é a vida de jornalista em Criciúma?
MAÍRA. Também já fiz várias assessorias de imprensa e conto com meu website, além de colunas virtuais em vários sites da região Sul de Santa Catarina. Hoje em dia ser jornalista em Criciúma está mais simples. Haja vista o número de assessorias de imprensas, que acabam proporcionando as redações várias pautas, além de materiais prontos para divulgação. Sou de uma época em que quem corria atrás da informação era o jornalista, não tínhamos tantos recursos, como hoje, já que a região possui vários sites de notícias. Tínhamos que confiar em nossas fontes e buscar sempre algo novo e lutar para não sermos furados, ou o chefe cortava nossas cabeças (risos). Acredito que isso esteja se perdendo a cada dia. O que é lamentável. Muitos veículos ficam presos ao factual e esquecem que o público gosta de ler o que ainda não leu. Esquecem de buscar pautas exclusivas e investigativas para aguçar a curiosidade do leitor. Então, está na hora dos meus colegas de redação olharem para suas agendas de telefone e procurarem ligar mais para suas fontes, saírem mais para o campo, escutarem mais as pessoas nas ruas, lá estão as verdadeiras matérias que nem sempre chegam por releases!

BLOG. Que lembranças tem da infância em Porto Alegre e do que  sente saudades quando pensa na capital gaúcha?
MAÍRA. Sinto falta de pessoas que já partiram deste mundo que me fizeram amar o Rio Grande do Sul, pedacinho este que ainda carrego com meu pai, que também é gaúcho. Sinto falta das tardes no Parque da Redenção e do Pôr do Sol do Guaíba. Sinto saudades da minha turma no Colégio Cruzeiro do Sul. Alguns ainda mantenho contato, outros nem sei mais onde estão. Sinto falta dos churros da tia da parada de ônibus perto da escola. E dos sorvetes tomados na Rua da Praia. Mas, a vida é assim! É cíclica! E a saudade é eterna...

BLOG. Alguma vez você comentou que gostaria de morar na África, mais precisamente em Angola. Por que essa atração pelo continente africano?
MAÍRA. Acho que vivemos de mudanças. E chega um momento da vida da gente que temos que tentar marcar nossa passagem neste mundo! E, depois de ler mais sobre o país, depois de entender mais sua cultura e anseios, acho que seria um bom lugar para buscar essa nova jornada. Ainda são planos... Mas, um dia, quem sabe...

BLOG. Há anos você começou a travar uma batalha contra a síndrome do pânico. O que poderia prejudicar sua carreira se transformou em uma linda história de superação. Essa situação fez de você uma mulher mais aguerrida e determinada? O que você recomenda a quem passa pelo mesmo problema?
MAÍRA. Sempre tive o perfil de não desistir na primeira queda. Nem na segunda, e assim por diante. Acredito que essa fase de minha vida serviu para eu aprender que nem tudo precisa ser perfeito. Que nem tudo precisa ser tão seguido ao pé da letra e que nem sempre eu preciso me dedicar tanto às pessoas (pois nem sempre elas reconhecem isso). Foi um momento muito cruel, com crises horríveis, que somente quem esteve ao meu lado entende isso e acredito que se chocou. Afinal, me ver naquele estado, para muitos era algo inesperado, quase que surreal. Mas, essa é uma doença que pega qualquer pessoa. Seja rica, pobre, negra ou branca, gorda ou magra! Ela vem de mansinho e nem sempre estamos prontos para enxergar seus sintomas, quase sempre confundidos com estafa, ou com antipatia e irritação ao extremo. O que não era! Eu tinha uma doença e precisei ser tratada como qualquer outra pessoa que tem uma doença física. O que falar para quem passa por isso? Fé! Creia que o mal não durará para sempre! Creia na sua família! Creia em Deus! Nunca perca as esperanças, não deixe que essa doença faça parte de seu perfil, mas que ela sim, foi um dia uma parte de sua vida e que tem cura! Cura essa que pode levar anos, ou meses, depende de cada caso. Tudo é possível, desde que não percamos a nossa Fé. E agradeço minha mãe que foi minha protetora em todos estes momentos...

BLOG. Está rolando uma discussão no Congresso sobre a volta da exigência do diploma para jornalistas. O que você opina a respeito?
MAÍRA. Curiosa esta questão, sabia? Agradeço todos os dias ao Supremo Tribunal Federal pela decisão infame em dizer que meu diploma não valia para nada. Pois somente assim, vi o quanto valia, e o quanto passou a valer. Como dizem: o tiro saiu pela culatra! Pois as redações, depois desta decisão enfadonha do STF, passaram a exigir com mais firmeza ainda a qualificação profissional de seus repórteres. E acredite, para ser jornalista, ao menos onde eu moro, tem que TER DIPLOMA SIM, SENHOR! E se não tem, que vá estudar! E o Senado, aprovando a PEC dos Jornalistas apenas afirmou o que todos já sabemos: seja qual a profissão que um brasileiro queira seguir, ele terá sim, que estudar e se qualificar para ocupar os cargos. Agora ainda falta a análise da Câmara de Deputados, mas acredito que também será aprovado. E acredite: tentaram enfraquecer minha categoria, mas o que conseguiram foi deixá-la ainda mais forte!

BLOG. Muito obrigado pela entrevista, Maíra!


De primeira

Cidade onde nasceu. Criciúma (SC).
Cidade onde mora. Içara (SC).
Ocupação. Editora.
Time do coração. Grêmio Porto-Alegrense e Criciúma Esporte Clube.
Cor preferida. Amarelo.
Prato favorito. Sushi.
Bebida favorita. Marguerita (arribá, heheh).
Hobby. Filmes.
Animal de estimação. Minha gata, a Preta.
Uma música. Welcome to the Jungle (Guns).
Um livro. A Cabana.
Um filme. Mágico de Oz.
Uma atriz brasileira. Andréa Beltrão.
Um ator brasileiro. Alexandre Borges.
Uma atriz estrangeira. Meryl Streep.
Um ator estrangeiro. Sean Connery.
Ídolo esportivo. Ayrton Senna (meio clichê, mas não tem como não ser ele).
Programa de TV preferido. Os Simpsons (risos).
Banda ou artista preferido. Guns N' Roses e Rush.
Ritmos musicais que escuta. Rock n' roll.
Ritmos musicais que não gosta. A lista é grande... (risos).
O que mais gosta de comer, fora o prato favorito. Churrasco.
O que não come de jeito nenhum. Nabo (eca!).
Esportes favoritos. Vôlei, handebol e futebol.
Lugar mais bonito em que já esteve. Hummmm... Meu sofá!!! (risos).
País que gostaria de conhecer. Índia.
A Maíra, em até 140 caracteres. "Duas palavras me definem: teimosa e amiga. Desta forma é fácil de me entender! Basta não teimar comigo e nunca deixar de ser minha amiga! Hehehe".

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